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Mostrando postagens de junho, 2017

É preciso parar de afundar

É preciso parar de afundar   Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1] A economia brasileira vem encolhendo desde 2014. O PIB per capita caiu 9% no período, ou seja, o valor da riqueza corrente, se dividida pela população, diminui. Em 2017, a queda continuará e poderá ultrapassar 10%, pois a economia permanecerá estagnada, enquanto a população crescerá. Essa perversa dinâmica recessiva continuará a gerar, para a maioria, desemprego, arrocho salarial, informalidade, pobreza e desigualdade. Nessa situação, a visão de futuro fica opaca e as incertezas aumentam. Para os setores que construíram e viabilizaram o atalho para a mudança do poder central, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff teria poder para reverter as expectativas e o otimismo mobilizaria a vontade do capital, especialmente internacional, para investir e ampliar a capacidade produtiva da economia brasileira. O país voltaria a crescer, o que faria com que fossem esquecidos os ataques e as violências às instituições

Três desafios e um sentido

Três desafios e um sentido.  Link PDF   Clemente Ganz Lúcio [1] Há um ano está em curso no Brasil a realização de profundas transformações institucionais que reorientam radicalmente a estratégia de desenvolvimento do país. Iniciativas legislativas do Governo e do Congresso Nacional, entre outras medidas, reconfiguram o marco legal que permite ao mercado conduzir as estratégias das empresas na produção e distribuição econômica, concentrado renda e riqueza. Uma país que reúne ativos naturais e econômicos valiosíssimos, encontra-se à venda e barato. O Estado indutor e coordenador do desenvolvimento, segue sendo desmontado. Empresas estatais e serviços púbicos são vendidos, transferidos, restringidos ou eliminados. Empresas privadas, vendidas e, depois, algumas vezes, fechadas. Direitos subtraídos, proteção social fragilizada, insegurança e desemprego. Intencionalmente se descarta a soberania nacional e, para isso, fragilizam-se as instituições capazes de reagir a esse desmonte

Desmonte trabalhista quer enfraquecer os sindicatos

Desmonte trabalhista quer enfraquecer os sindicatos Link PDF   Clemente Ganz Lúcio [1] A reforma trabalhista é a mais ardilosa e profunda mudança no sistema de relações de trabalho já realizada no Brasil, por oferecer às empresas amplo poder para submeter e subordinar os trabalhadores, ajustar o custo do trabalho às condições dos ciclos econômicos (nas crises, reduzir os salários e, em épocas de crescimento, limitar os aumentos) e nivelar os salários pelos ditames da concorrência internacional. Entre outros objetivos, a reforma pretende o esfacelamento dos sindicatos como instituição de proteção do interesse coletivo dos trabalhadores, o que será realizado, caso o projeto seja aprovado, por meio de três poderosos mecanismos de destruição. Nunca é demais recordar que, ao longo da história, os trabalhadores travaram uma árdua luta para legitimar o sindicato como escudo, diante da desigualdade na relação com o empregador. Quando o trabalhador se une ao sindicato, ele se forta

Reforma trabalhista: é urgente um outro caminho

Reforma trabalhista: é urgente um outro caminho   Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1] O projeto de reforma trabalhista avança no Congresso Nacional com a aprovação, na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado), do relatório do senador Ricardo Ferraço, que acatou, na íntegra, o projeto elaborado pela Câmara dos Deputados, apenas com recomendações para que o presidente da República vete ou altere alguns pontos por medida provisória. O projeto é a maior e mais ampla reforma da legislação trabalhista e do sistema de relações de trabalho realizada no país. Ao todo são alterados mais de 110 artigos da legislação e outros 200 dispositivos. Estima-se que 90% desses mecanismos são nefastos, reduzirão direitos, fragilizarão a proteção laboral, diminuirão o poder dos sindicatos. Trata-se de uma poderosa iniciativa de proteção às empresas, pois legalizará muitas formas de precarização do trabalho. Diminuirão, com isso, os passivos trabalhistas, o poder das entidades sindicais e da