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Mostrando postagens de janeiro, 2020

Estúpida é a desigualdade

Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1]   É comum tratar a desigualdade como um problema da pobreza e dos pobres, afinal são eles que vivem o inferno das causas e consequências. Mas, de fato, a desigualdade é um problema cuja origem está na concentração da renda e da riqueza promovida intencionalmente pelos ricos. Como a guerra ou as mais variadas formas de ódio, a desigualdade é expressão dura e crua manifesta do homem rico, esse ser único no reino animal a promover a desigualdade como virtude, uma estupidez. Em relação à desigualdade, assim como a todas as demais formas de estupidez humana, não cabe nenhum lampejo de tolerância. A desigualdade é enfrentada insistentemente pela Oxfam que é uma confederação internacional de 20 organizações que trabalham em rede, em mais de 90 países. Anualmente denúncia, na semana em que os ricos se encontram no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, os graves problemas que vivem os pobres e a escandalosa e crescente concentração de riqueza e renda no mundo. Nes

Geração de emprego continua desafio para 2019 País precisa gerar vagas formais

Link PDF     Clemente Ganz Lúcio [1]   O Brasil é uma das 10 maiores economias do planeta, com população estimada em 209 milhões de pessoas, segundo a Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Cerca de 170 milhões têm 14 anos ou mais e, desses, 105 milhões compõem atualmente a força de trabalho, distribuída em 92 milhões de ocupados e 13 milhões de desempregados. Estão fora da força de trabalho aproximadamente 65 milhões de pessoas. Em uma década, a desocupação foi reduzida para os menores patamares (6,8% em 2014), porém, em pouco tempo, uma crise econômica aprofundada pela instabilidade política quase dobrou a exclusão pelo desemprego, elevando a taxa para 12,7% em 2017. Entre 2014 e 2016, quase dois milhões dos 92 milhões de postos de trabalho foram destruídos. Em 2018, o número de vagas voltou a aproximadamente 92 milhões. O número de desocupados, no entanto, saltou de 6,7 milhões, em 2014, para mais de 13 milhões, em 2017, e voltou a cair em 2018, qu

Desemprego diminui, informalidade aumenta e qualidade do emprego piora: um novo normal?

Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1]   A economia brasileira rasteja depois de passar por uma das mais graves crises econômicas da sua história. O país experimenta a mais lenta saída de uma recessão com um crescimento econômico anêmico em torno de 1% ao ano, inclusive em 2019. Contrária ao insistente otimismo dos agentes econômicos e governamentais, que bradam ao final de cada ano frustrado e no início do ano novo, “agora vai!”, a economia patina. Para os trabalhadores a recessão trouxe novamente o desemprego elevado e de longa duração, a precarização ampliada, a informalidade crescente, o torturante desalento, a insegurança laboral e o arrocho salarial. A situação econômica presente favorece a conformação desse quadro como o novo normal. Essa afirmação parece contraditória em relação aos últimos indicadores do mercado de trabalho que indicam o aumento das ocupações e dos salários, o que tem sido comemorado como indicadores alvissareiros a lastrear uma nova onda de “agora vai, mesmo!”. Vam

Política de valorização do salário mínimo não pode acabar

Link PDF   Clemente Ganz Lúcio [1]   O salário mínimo (SM) é um instrumento econômico fundamental para a promoção do bem-estar social, adotado em dezenas de países e, em muitos, revalorizado por meio de várias iniciativas. O Brasil adota uma legislação do salário mínimo desde 1940.  A Constituição de 1988 define, no artigo 7º, parágrafo IV, que o trabalhador tem direito a um “salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”. O país está longe de cumprir o preceito constitucional, fato denunciado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) desde os anos 1950, com a estimativa do salário mínimo necessário para atender a uma família de dois adultos e duas crianças.