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REVELAÇÕES DE UM JANTAR MACABRO

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  Link para Agência Sindical O jantar macabro reuniu “o mercado”, esse sujeito oculto e indeterminado que circula pela mídia expressando opiniões decisivas e conclusivas em relação à política econômica e monetária No início de abril, quando o País ultrapassava a trágica média de três mil mortes diárias decorrentes da Covid-19, para o que contribuíram decisivamente o negacionismo e a intencional descoordenação do governo federal ante a crise sanitária, o presidente Bolsonaro foi recebido em jantar que reuniu alguns dos ricaços brasileiros. O jantar macabro aconteceu na cidade de São Paulo, onde governos subnacionais tentam implementar medidas de isolamento social pra controlar a propagação do vírus (medida que Bolsonaro combate), que produz as vacinas (aquelas às quais o Presidente insistentemente se opôs) que hoje imunizam cerca de 80% dos vacinados. Como homenagem, e exemplo, não faltaram impropérios contra o governador de SP e demonstrações de descumprimentos de todos os protocolos d

PIB caraminguá

Link PDF   Clemente Ganz Lúcio [1] No terceiro trimestre, o fluxo da produção econômica (oferta) e do consumo (demanda), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)   através da variação do Produto Interno Bruto (PIB), teve aumento de 0,6% em relação ao segundo trimestre de 2019. Festejam os analistas do mercado (aqueles que falam em nome dos donos do Brasil) e o governo os 11 trimestres sem resultado negativo, mesmo que em dois o resultado tenha sido 0% e, em outros dois, ficado em 0,1%. E comemoram porque precisam justificar o que fazem, como se estivesse tudo sendo um sucesso. Mas está dando certo, mesmo? (veja Síntese de Indicadores DIEESE – Algumas considerações sobre os resultados do PIB no 3º trimestre de 2019, disponível no site  www.dieese.org.br ). Bem, depende para quem. O setor da construção civil puxou parte do crescimento, depois de cinco anos em queda (tombo de 30% em relação a 2014). Esse resultado decorre do aumento da construção de habitação par

A Reforma da Previdência, o emprego e a fadinha da confiança

A Reforma da Previdência, o emprego e a fadinha da confiança Link PDF   Clemente Ganz Lúcio [1] Paulo Jager [2] A reforma da Previdência vem sendo apresentada como uma espécie de elixir capaz de curar todos os males da economia brasileira. Alega-se de tudo a esse respeito: desde assegurar o equilíbrio contábil atuarial da própria Previdência Social até ser o alicerce para a construção de um próspero futuro para o país. Atribui-se à reforma poderes quase sobrenaturais. Não faz muito tempo, em 2016, o santo remédio consistia em outra proposta de emenda à Constituição Federal, que estabelecia o congelamento dos gastos não financeiros da União por vinte anos. A argumentação era semelhante, e os propalados benefícios, a começar pela retomada do crescimento econômico, também. Em 2017, o novo milagre seria produzido pela retirada de direitos e flexibilização das relações de trabalho, através da reforma trabalhista. Até agora esperamos, em vão, pelos resultados prometidos. A economi

Superação da crise exige transparência e participação social

Superação da crise exige transparência e participação social Link PDF   Clemente Ganz Lúcio [1] A economia brasileira encolhe desde 2014. Até o momento, o PIB per capita teve uma contração de -9%, ou seja, o valor da riqueza corrente por habitante vem diminuindo. As projeções para 2017 indicam que a economia permanecerá estagnada, o que significa que o PIB per capita amargará nova queda, uma vez que a população continuará crescendo.  Nessa dinâmica recessiva, o país seguirá fechando estabelecimentos; fomentando a desnacionalização da economia, com a venda de empresas públicas e privadas, de reservas naturais e de outros ativos; promovendo o desmonte do Estado, das políticas públicas e subtraindo direitos sociais; fragilizando os espaços de diálogo social e de democracia participativa; subordinando cada vez mais o desenvolvimento produtivo ao interesse da riqueza financeira; destruindo instituições públicas que promovem e sustentam o desenvolvimento econômico e social. Dese

É preciso parar de afundar

É preciso parar de afundar   Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1] A economia brasileira vem encolhendo desde 2014. O PIB per capita caiu 9% no período, ou seja, o valor da riqueza corrente, se dividida pela população, diminui. Em 2017, a queda continuará e poderá ultrapassar 10%, pois a economia permanecerá estagnada, enquanto a população crescerá. Essa perversa dinâmica recessiva continuará a gerar, para a maioria, desemprego, arrocho salarial, informalidade, pobreza e desigualdade. Nessa situação, a visão de futuro fica opaca e as incertezas aumentam. Para os setores que construíram e viabilizaram o atalho para a mudança do poder central, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff teria poder para reverter as expectativas e o otimismo mobilizaria a vontade do capital, especialmente internacional, para investir e ampliar a capacidade produtiva da economia brasileira. O país voltaria a crescer, o que faria com que fossem esquecidos os ataques e as violências às instituições