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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Inflação e custo de vida: por que os números não condizem com a percepção da realidade

Inflação e custo de vida: por que os números não condizem com a percepção da realidade Clemente Ganz Lúcio [1] Em 2017, enquanto o governo comemorava a inflação média acumulada de 2,95%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE, resultado muito abaixo da meta estipulada de 4,5%, o consumidor reclamava que os números eram manipulados pelas instituições que os calculavam, que os preços estavam altos e que havia, sim, aumento no custo de vida. É importante considerar, antes de tudo, que a inflação é calculada com base em uma cesta média da população da localidade a que se refere o índice. Com base nesta cesta, acompanha-se, mensalmente, a variação dos preços destes bens, e, de acordo com o peso de cada item, calcula-se a taxa mensal. Nem sempre a cesta média é igual à do conjunto de bens consumidos por uma determinada família. Por exemplo, se uma família específica não possui carro, o preço do combustível não faz parte do seu orçamento, mas é um i

Previdência social: a vitória conduz a um jogo mais complexo

Previdência social: a vitória conduz a um jogo mais complexo Clemente Ganz Lúcio [1] O jogo social é composto por fenômenos, interesses e movimentos que formam situações contraditórias e conflituosas e o resultado é sempre inédito, imprevisível e sem fim:  o jogo social é história e luta. A importante vitória do movimento sindical ao barrar a votação da reforma da previdência deve ser compreendida como um feito histórico de grande envergadura. Isso porque se deve considerar o contexto adverso das inúmeras lutas realizadas (reforma trabalhista, teto do orçamento público, desestatização, pré-sal, desemprego, entre outros), a gravidade da crise econômica e política, as divergências existentes no interior da organização sindical e o ataque que sofrem os trabalhadores e suas entidades. O resultado foi conquistado com movimentos históricos como a greve de abril, a Marcha dos 150 mil à Brasília, com as mobilizações nos aeroportos, no Congresso, nas cidades e no campo. A organizaç

Inflação e custo de vida: por que os números não condizem com a percepção da realidade

Inflação e custo de vida: por que os números não condizem com a percepção da realidade Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1] Patrícia Lino Costa [2] Em 2017, enquanto o governo comemorava a inflação média acumulada de 2,95%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE, resultado muito abaixo da meta estipulada de 4,5%, o consumidor reclamava que os números eram manipulados pelas instituições que os calculavam, que os preços estavam altos e que havia, sim, aumento no custo de vida. É importante considerar, antes de tudo, que a inflação é calculada com base em uma cesta média da população da localidade a que se refere o índice. Com base nesta cesta, acompanha-se, mensalmente, a variação dos preços destes bens, e, de acordo com o peso de cada item, calcula-se a taxa mensal. Nem sempre a cesta média é igual à do conjunto de bens consumidos por uma determinada família. Por exemplo, se uma família específica não possui carro, o preço do combustível não faz

Entrevista TV 247 - Previdência Social (Video)

Entrevista para TV 247 (video)

Para que servem empresas estatais?

Para que servem empresas estatais? Clemente Ganz Lúcio [1] Jéssica Naime [2] O debate em torno das privatizações, por vezes, apresenta-se de forma maniqueísta: se o setor público é eficiente ou ineficiente na prestação dos serviços, se as empresas dão lucro ou prejuízo ao Estado, e se a venda de ativos públicos resolve ou não um problema de déficit nas contas públicas. Há muito de ideologia no debate acerca de uma suposta superioridade do desempenho do setor privado sobre o público e dos recorrentes prejuízos causados por empresas controladas pelo Estado. Além disso, é preciso olhar além: as empresas estatais desempenham papel importante no desenvolvimento de uma sociedade e são, ao mesmo tempo, instrumentos significativos de política econômica e, também, de política externa, podendo desempenhar relevante papel na geopolítica internacional [3] . São muitas as razões: as empresas estatais são importantes para promover grandes investimentos de longo prazo; prover serviços

Para que servem empresas estatais?

Para que servem empresas estatais? Link PDF Clemente Ganz Lúcio O debate em torno das privatizações, por vezes, apresenta-se de forma dual: o setor público é eficiente ou ineficiente na prestação dos serviços; as empresas dão lucro ou prejuízo ao Estado; a venda de ativos públicos resolve ou não um problema de déficit nas contas públicas.  Há muito de ideologia no debate acerca de uma suposta superioridade do desempenho do setor privado sobre o público e dos recorrentes prejuízos causados por empresas controladas pelo Estado. Além disso, é preciso olhar além: as empresas estatais desempenham papel importante no desenvolvimento de uma sociedade e são, ao mesmo tempo, instrumentos significativos de política econômica e, também, de política externa, podendo desempenhar relevante papel na geopolítica internacional [1] .  São muitas as razões: as empresas estatais são importantes para promover grandes investimentos de longo prazo; uma vez que muitos setores de atividade econô

O desemprego em 2018: saindo do fundo do poço

O desemprego em 2018: saindo do fundo do poço Clemente Ganz Lúcio [1] Os resultados divulgados pelo Ministério do Trabalho sobre admissões e demissões realizadas no Brasil no ano de 2017 revelam o fechamento de 21 mil postos de trabalho com carteira assinada (Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Considerando-se que, em 2015 e 2016, foram fechados quase 2,9 milhões de empregos (1,33 e 1,53 milhão respectivamente), os dados do último ano indicam estabilidade no patamar alcançado pelo emprego formal, o que mostra que o mercado de trabalho chegou ao fundo do poço. Sair é uma outra história! No ano de 2017, o comércio teve saldo positivo de 40 mil postos de trabalho e a agropecuária e os serviços, de 37 mil cada um. Por outro lado, a construção civil eliminou 104 mil empregos e a indústria da transformação, outros 20 mil. Contudo, quando se considera o ajuste sazonal para a observação da variação do emprego formal registrado em dezembro de 2017 em relação ao m