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Mostrando postagens de maio, 2018

Greve dos caminhoneiros (entrevista UOL)

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Quem ganha com o lucro dos bancos, além dos bancos?

Quem ganha com o lucro dos bancos, além dos bancos? Clemente Ganz Lúcio  Sociólogo, Diretor Técnico do DIEESE Desde 2014, a economia brasileira enfrenta recessão, com sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização, aprovada em março, e a reforma trabalhista, em vigor desde novembro, permitiram a precarização do trabalho. Na outra ponta, as altas taxas de juros, mesmo em queda, em nenhum momento, estimularam o crédito e o investimento produtivo. Neste cenário, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, mais uma vez, bateram recordes em 2017. Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander somaram lucro de R$ 77,4 bilhões, 33,5% a mais do que em 2016.  Esses resultados se devem, entre outros fatores, à elevação das receitas com tarifas e serviços e, especialmente, à queda nas despesas de captação, que acompanharam o movimento de redução da t

Rede Brasil Atual (entrevistas)

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Sinal verde para a precarização?

Sinal verde para a precarização? Clemente Ganz Lúcio [1] A medida provisória (MP) 808, cujo objetivo era alterar a lei 13.487, que implanta centenas de mudanças trabalhistas e sindicais, caducou sem ter tramitado no Congresso Nacional. A medida recebeu quase mil emendas parlamentares – o maior número na história das MPs -  e propunha corrigir, ainda que parcialmente, alguns dos inúmeros dispositivos que a nova legislação criou para desmontar a proteção dos trabalhadores. A MP não foi apreciada porque os parlamentares querem manter a lei do jeito que está, com o objetivo claro e explicito de flexibilizar a legislação, legalizar a precarização e quebrar os sindicatos. Portanto, corrigir, para quê? Para eles, está tudo certo e no bom caminho. Os empresários comemoraram mais essa vitória. Em matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo (26/04), por exemplo, o vice-presidente da Fecomércio SP, Ivo Dall´Acqua Junior, declarou: “Dei graças a Deus que (a MP) acabou não passando.

Escolhas que matam

Escolhas que matam Clemente Ganz Lúcio [1] As crises econômicas e as recessões são fenômenos que atormentam as sociedades nesses dois séculos de capitalismo. Causas diversas estão na origem de cada crise e podem ser tratadas de formas diferentes, conforme as distintas correntes de pensamento econômico. O debate acompanha as escolhas de políticas econômicas dos governos e as decisões de empresas, investidores, bancos, entre outros. As sociedades assistem, às vezes participam, mas sempre sofrem as consequências das crises e das medidas tomadas para enfrentá-las. Desdobramentos assombrosos, como guerras, conflitos sociais, empobrecimento e miséria, desemprego, arrocho salarial e fome tecem a teia de mazelas que une cada contexto histórico específico. Para poucos, quer dizer, para os mais ricos, as crises são oportunidade para enriquecerem ainda mais, comprando ativos baratos, ganhando com juros, arrochando devedores e garimpando oportunidades. Com as crises, esses poucos ganham

Quem ganha com o lucro dos bancos, além dos bancos?

Quem ganha com o lucro dos bancos, além dos bancos? Clemente Ganz Lúcio  Sociólogo, Diretor Técnico do DIEESE Desde 2014, a economia brasileira enfrenta recessão, com sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização, aprovada em março, e a reforma trabalhista, em vigor desde novembro, permitiram a precarização do trabalho. Na outra ponta, as altas taxas de juros, mesmo em queda, em nenhum momento, estimularam o crédito e o investimento produtivo. Neste cenário, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, mais uma vez, bateram recordes em 2017. Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander somaram lucro de R$ 77,4 bilhões, 33,5% a mais do que em 2016.  Esses resultados se devem, entre outros fatores, à elevação das receitas com tarifas e serviços e, especialmente, à queda nas despesas de captação, que acompanharam o movimento de redução da t

Reforma trabalhista: pior ainda está por vir, diz Clemente do DIEESE (entrevista)

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Reforma trabalhista: resistir e avançar!

Reforma trabalhista: resistir e avançar! Clemente Ganz Lúcio [1] O mundo passa por profundas transformações econômicas e políticas. A produção econômica muda com a globalização do domínio do capital financeiro sobre a propriedade das empresas e das reservas naturais. Aos investidores são oferecidos rápidos e crescentes retornos, que engordam a riqueza já extremamente concentrada. Uma nova onda de mudanças tecnológicas integra plataformas de produção de bens e serviços em âmbito global e acelera as mudanças. A tecnologia substitui, em quantidades inimagináveis, a força de trabalho humana, desempregando e submetendo os trabalhadores à precarização, insegurança, ansiedade, pobreza, ao desespero e a outros tipos de mazelas ainda desconhecidas. Na vida política, as democracias cada vez mais são entendidas pelo mercado como um mal necessário, a ser limitado. As instituições são sistematicamente fragilizadas, controladas e induzidas para resultados esperados pelo mercado; os pode

26 milhões de subempregados no Brasil

26 milhões de subempregados no Brasil Clemente Ganz Lúcio O ano de 2017 terminou com a notícia de que havia cerca de 26 milhões de subempregados no Brasil. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). Mas o que esse número significa realmente? Para o IBGE, três situações definem os trabalhadores subocupados. Na primeira, estão todos aqueles com 14 anos ou mais, que têm jornada abaixo de 40 horas semanais, em um único trabalho ou em várias ocupações na semana de referência, gostariam de trabalhar mais horas do que efetivamente trabalham e estavam disponíveis para trabalhar mais tempo no período de 30 dias, contados a partir do primeiro dia da semana de referência. Ou seja, é aquele trabalhador que está subaproveitado no mercado de trabalho, pois tem tempo e desejo de trabalhar mais. Esse contingente, no último trimestre, somou 6,5 milhões de pessoas, mesmo ainda sem