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O DIEESE do futuro

O DIEESE do futuro Clemente Ganz Lúcio [1] As mudanças no mundo do trabalho ocorrem de maneira acelerada e abrangente, com a expansão das novas tecnologias e da inteligência artificial para todas as áreas da economia, de bens e serviços, no setor público e privado. O emprego e o trabalho do futuro serão muito diferentes, tudo indica, e as inovações são tantas e tão profundas que geram muitas especulações, incertezas e apreensão. Os futurologistas chutam números para todos os lados, que denotam otimismo cínico (mais empregos para todos) ou grande pessimismo (o emprego protegido será para um pequeno grupo de pessoas e as demais terão que se equilibrar em ocupações precárias, em situação de pobreza). Tantas incertezas colocam para o DIEESE a árdua tarefa de entender o que está acontecendo, para tentar vislumbrar o que pode acontecer. Para agravar a situação, o movimento sindical brasileiro sofreu um pesado ataque, causado pelas mudanças na legislação impostas pela Reforma Traba

Centrais lançam documento unitário com propostas para o desenvolvimento

Centrais lançam documento unitário com propostas para o desenvolvimento Projeto aposta em diálogo Emprego e direitos são temas centrais Clemente Ganz Lúcio [1] O desemprego atinge mais de 13 milhões de pessoas, o desalento cresce entre os trabalhadores e ¼ da mão de obra é subutilizada, mal aproveitada em ocupações parciais, informais e com remunerações baixas. A economia tem dificuldade para sair da recessão e anda de lado, sem dinamismo. As estimativas de crescimento do PIB para 2018 são continuadamente revisadas para baixo. O governo vende as empresas públicas e as reservas naturais; e as multinacionais compram tudo, inclusive as companhias privadas brasileiras. Nesse quadro, as eleições de outubro carregam, para muitos, a expectativa de construção de uma saída para reorientar a estratégia de desenvolvimento, fortalecendo as instituições e recuperando os fundamentos constitucionais. Por isso, mais uma vez, as Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, CTB

Agenda com propostas para gerar movimento e compromissos

Agenda com propostas para gerar movimento e compromissos  Clemente Ganz Lúcio [1] As adversidades econômicas, sociais e políticas se multiplicam no Brasil, gerando um contexto situacional de complexidades e incertezas. É um tempo de perplexidades diante de situações muito ruins, que não param de piorar. Em tempos como esse, os trabalhadores devem lembrar que a história é feita de luta e construção, de resistência e enfrentamento. Nessa longa trajetória de batalhas, as costas foram marcadas pela chibata, a liberdade, restrita pelas grades, a ousadia, silenciada pela morte, e, nos múltiplos caminhos, lutadores dedicaram a vida para adubar o solo fértil da história. Mais uma vez, as Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB e Intersindical) ousam, de forma unitária, e se colocam em um movimento de resistência ao desmonte do país, vidando à construção de novas possibilidades de futuro. Por isso, indicam que o caminho é outro e o fazem porque o sentido da exist

Mensurar impactos da reforma trabalhista será muito complexo

Mensurar impactos da reforma trabalhista será muito complexo Clemente Ganz Lúcio [1] A Lei 13.467 foi criada para realizar complexa e grande mudança no sistema de relações de trabalho e na representação sindical. Desde meados de novembro, quando a Reforma Trabalhista entrou em vigor, há muita especulação sobre a extensão, profundidade e os impactos da nova legislação. Nunca é demais lembrar que a Reforma é uma imposição do Legislativo e do governo federal aos trabalhadores, sem qualquer diálogo e estudo que dimensionasse impactos sociais, econômicos e institucionais. Aliás, evitar mensuração e debate fazia parte da estratégia, pois assim ficariam ocultas as consequências das mudanças, pretendidas, desde o início, pelos formuladores da nova lei.  É importante registrar que qualquer trabalho de mensuração envolvendo uma mudança desse tamanho exigiria grande e cuidadoso esforço de prospecção, para dar conta de todas as questões suscitadas. Mais ainda: seria necessário imagi

Greve dos caminhoneiros (entrevista UOL)

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Quem ganha com o lucro dos bancos, além dos bancos?

Quem ganha com o lucro dos bancos, além dos bancos? Clemente Ganz Lúcio  Sociólogo, Diretor Técnico do DIEESE Desde 2014, a economia brasileira enfrenta recessão, com sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização, aprovada em março, e a reforma trabalhista, em vigor desde novembro, permitiram a precarização do trabalho. Na outra ponta, as altas taxas de juros, mesmo em queda, em nenhum momento, estimularam o crédito e o investimento produtivo. Neste cenário, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, mais uma vez, bateram recordes em 2017. Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander somaram lucro de R$ 77,4 bilhões, 33,5% a mais do que em 2016.  Esses resultados se devem, entre outros fatores, à elevação das receitas com tarifas e serviços e, especialmente, à queda nas despesas de captação, que acompanharam o movimento de redução da t

Rede Brasil Atual (entrevistas)

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Sinal verde para a precarização?

Sinal verde para a precarização? Clemente Ganz Lúcio [1] A medida provisória (MP) 808, cujo objetivo era alterar a lei 13.487, que implanta centenas de mudanças trabalhistas e sindicais, caducou sem ter tramitado no Congresso Nacional. A medida recebeu quase mil emendas parlamentares – o maior número na história das MPs -  e propunha corrigir, ainda que parcialmente, alguns dos inúmeros dispositivos que a nova legislação criou para desmontar a proteção dos trabalhadores. A MP não foi apreciada porque os parlamentares querem manter a lei do jeito que está, com o objetivo claro e explicito de flexibilizar a legislação, legalizar a precarização e quebrar os sindicatos. Portanto, corrigir, para quê? Para eles, está tudo certo e no bom caminho. Os empresários comemoraram mais essa vitória. Em matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo (26/04), por exemplo, o vice-presidente da Fecomércio SP, Ivo Dall´Acqua Junior, declarou: “Dei graças a Deus que (a MP) acabou não passando.

Escolhas que matam

Escolhas que matam Clemente Ganz Lúcio [1] As crises econômicas e as recessões são fenômenos que atormentam as sociedades nesses dois séculos de capitalismo. Causas diversas estão na origem de cada crise e podem ser tratadas de formas diferentes, conforme as distintas correntes de pensamento econômico. O debate acompanha as escolhas de políticas econômicas dos governos e as decisões de empresas, investidores, bancos, entre outros. As sociedades assistem, às vezes participam, mas sempre sofrem as consequências das crises e das medidas tomadas para enfrentá-las. Desdobramentos assombrosos, como guerras, conflitos sociais, empobrecimento e miséria, desemprego, arrocho salarial e fome tecem a teia de mazelas que une cada contexto histórico específico. Para poucos, quer dizer, para os mais ricos, as crises são oportunidade para enriquecerem ainda mais, comprando ativos baratos, ganhando com juros, arrochando devedores e garimpando oportunidades. Com as crises, esses poucos ganham

Quem ganha com o lucro dos bancos, além dos bancos?

Quem ganha com o lucro dos bancos, além dos bancos? Clemente Ganz Lúcio  Sociólogo, Diretor Técnico do DIEESE Desde 2014, a economia brasileira enfrenta recessão, com sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização, aprovada em março, e a reforma trabalhista, em vigor desde novembro, permitiram a precarização do trabalho. Na outra ponta, as altas taxas de juros, mesmo em queda, em nenhum momento, estimularam o crédito e o investimento produtivo. Neste cenário, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, mais uma vez, bateram recordes em 2017. Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander somaram lucro de R$ 77,4 bilhões, 33,5% a mais do que em 2016.  Esses resultados se devem, entre outros fatores, à elevação das receitas com tarifas e serviços e, especialmente, à queda nas despesas de captação, que acompanharam o movimento de redução da t