Debate: Política Monetária e Banco Central (OUC SO, 09/10/24)

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09/10/2024 21:58:30 - AE NEWS

CENTRAIS SINDICAIS/GANZ: DIFÍCIL EXPLICAR COMO QUEM INFLUENCIA DEBATE SUBESTIMA CRESCIMENTO

Por Francisco Carlos de Assis

São Paulo, 09/10/2024 - Uma das maiores dificuldades enfrentada hoje pelos dirigentes sindicais é explicar para os trabalhadores o porquê de os cerca de 100, 120 agentes do mercado que dão elementos ao Banco Central (BC) calibrar a política monetária subestimam as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

A afirmação foi feita há pouco pelo coordenador das Centrais Sindicais, Clemente Ganz Lúcio, na abertura do seminário "Política Monetária e Banco Central", na sede da PUC-SP.

Participam do encontro o economista Luiz Gonzaga Belluzzo; o professor de economia da PUC-SP Antonio Correa de Lacerda, e o professor de direito da instituição Pedro Serrano. Em comum, todos nutrem simpatia pelo ex-aluno da casa Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC e que, ontem, foi aprovado pelo Senado para assumir, em 1o de janeiro de 2025, a presidência do BC em substituição a Roberto Campos Neto.

Para Ganz Lúcio, a pergunta que fica é por que aqueles que participam do debate público desqualificam permanentemente o crescimento do País.

“Apontam permanentemente para um crescimento menor, gerando a percepção de que nós não temos capacidade de fazer o crescimento por outra dinâmica, do ponto de vista das preocupações do movimento sindical - que visa a construir uma possibilidade de pensar dinâmica de desenvolvimento econômico mais robusta”, disse Ganz.

Ele destaca a necessidade de o País fazer uma transformação econômica de experimento de produção e desenvolvimento com inovação.

De acordo com o coordenador das Centrais Sindicais, há uma corrente de pensamento dominante no mercado financeiro que leva ao bloqueio da agenda de crescimento e desenvolvimento, sempre pautada pelo discurso de que a taxa de juros precisa permanecer num patamar restritivo para fazer frente a uma política fiscal expansiva.

“Eu usei, inclusive, recentemente, em um debate no Conselhão, fazendo uma apresentação em nome das centrais sindicais, fiz a tentativa de trazer a dimensão da diferença que faz para uma economia ter uma taxa de juros civilizada e uma taxa de juros como nós temos no Brasil”, disse Ganz Lúcio.

O economista e professor da PUC Antonio Corrêa de Lacerda emendou que as defesas de que há um risco inflacionário que deriva de um problema fiscal são insustentáveis porque parte significativa da dívida, num montante equivalente a R$ 800 bilhões, ou 7% do PIB, é de ordem financeira, decorrente da taxa de juro, enquanto a média da OCDE, que reúne os países considerados mais desenvolvidos, é de 3%.

“Uma dívida que equivale a 70% do PIB, que não é nenhum absurdo, que transfere 7% ao ano de pagamento de juros, que viram dívidas, é que gera uma restrição enorme à produção da política econômica”, disse Lacerda.

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo recorreu à metáfora futebolística para comparar o cenário econômico contemporâneo brasileiro a uma partida de futebol em que a Faria Lima (economistas e analistas de mercado) é o time que joga na retranca, em oposição ao crescimento e desenvolvimento da economiabrasileira. De acordo com Belluzzo, os gastos públicos foram transformados em uma espécie de “bicho papão”.

“Eu fico muito feliz em meu companheiro (Gabriel Galípolo) ter sido aprovado para a presidência do BC, mas o jogo não vai ser fácil para ele, embora ele goste de conversar e ouvir as pessoas. Basta ver o tumulto que provocou o a elevação da nota (rating) do Brasil pela Moody ́s”, disse Belluzzo.

Para Corrêa de Lacerda, Galípolo é muito preparado, até mais do que muitos que o antecederam. Contato: francisco.assis@estadao.com

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