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Espanha: um novo acordo com perspectiva social (parte 1)

Espanha: um novo acordo com perspectiva social (parte 1) Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1] Atenção! Há uma novidade importante na Espanha: foi  celebrado um acordo inédito nas duas últimas décadas que recola o trabalho e a perspectiva social como eixos estruturantes e estratégicos para o desenvolvimento. Comecemos pelo contexto anterior ao acordo (parte 1). A Espanha enfrenta há décadas graves problemas econômicos que resultaram em recessões e crônico de desemprego. Inúmeras iniciativas flexibilizaram as relações laborais, os direitos sociais e fragilizaram os sindicatos.             A reforma trabalhista espanhola, que vem acontecendo nas duas últimas décadas, foi revisada e ampliada em 2012, quando a economia do país enfrentava a segunda recessão em 10 anos. Seguindo o mesmo receituário aplicado desde 2008 para flexibilizar o mercado de trabalho em muitos países, a reforma laboral espanhola tratou de tirar incentivos à criação de postos de trabalho temporário (elevou

Reforma trabalhista completa um ano, com muitos retrocessos Nova legislação não criou empregos Trabalhador ficou mais desprotegido

Reforma trabalhista completa um ano, com muitos retrocessos Nova legislação não criou empregos Trabalhador ficou mais desprotegido Link PDF   Clemente Ganz Lúcio [1] “Todas as manhãs, a gazela acorda sabendo que tem que  correr mais veloz que o leão ou será morta. Todas as manhãs, o leão acorda sabendo que deve correr mais rápido que a gazela ou morrerá de fome. Não importa se és um leão ou uma gazela: quando o sol desponta, o melhor é começar a correr.” Provérbio africano, citado por Mia Couto em “A confissão da Leoa”. As tecnologias substituem o trabalho humano em todas as áreas da produção e circulação de bens e serviços, destruindo muito mais postos de trabalho do que criando ocupações. A lógica do capital financeiro altera as estratégias de investimento das empresas, com impactos sobre a geração de emprego. A mudança na institucionalidade do mundo do trabalho induz ao acirramento da competição e da concorrência econômica entre indivíduos, empresas e

Salário Mínimo em 2019

Salário Mínimo em 2019 Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1] As Centrais Sindicais organizaram as Marchas da Classe Trabalhadora, a partir de 2004, estimulando todo o movimento sindical para lutas por várias reivindicações, entre elas, a implantação de uma política de valorização do salário mínimo (SM). Na negociação com o governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, firmou-se um acordo que, em 2011, foi transformado em lei.  A Constituição de 1988 define que o salário mínimo pago ao trabalhador deve ser “fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”.              Atualmente, o valor do salário mínimo (SM) é de R$ 954,00. Seguindo o critério de reajuste definido em lei, em 1º de janeiro de 201

13º salário deve injetar R$ 211,2 bi na economia do país

13º salário deve injetar R$ 211,2 bi na economia do país Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1] Em 2018, a economia do país deve receber mais de R$ 211,2 bilhões, em função do pagamento do 13º salário para aproximadamente 84,5 milhões de brasileiros. De acordo com as estimativas do DIEESE, o montante equivale a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O rendimento médio adicional por beneficiado é de R$ 2.320, 00. Perto de R$ 139,4 bilhões, ou 66% desse montante, vão para os trabalhadores formais, inclusive os empregados domésticos. Os trabalhadores com carteira são cerca de 48,7 milhões, ou 57,6% dos que receberão o 13º. Os 34% restantes dos R$ 211,2 bilhões, ou seja, cerca de R$ 71,8 bilhões, serão pagos aos aposentados e pensionistas. Considerando apenas os beneficiários do INSS, são 34 milhões de pessoas que receberão o valor de R$ 47,1 bilhões. Aos aposentados e pensionistas da União caberá o equivalente a R$ 11,9 bilhões (4,5%); aos aposentados e pensionistas dos Est

Acordamos, é 29 de outubro de 2018.

Acordamos, é 29 de outubro de 2018. Vivos estamos e já velamos os primeiros mortos. Livres, pelo voto, a nação feriu gravemente a Liberdade e a Democracia. Majoritariamente, a sociedade escolheu abrir a porta do inferno. Muitos, em nome de deus, fizeram e farão do ódio, da morte e da repressão suas armas para vencer na política. É a tragédia na história para um novo tempo. A derrota desse largo campo que voltou a construir pontes e a se unir novamente em torno de valor fundamentais como liberdade, democracia, igualdade, deverá ser compreendida prospectivamente. Essa derrota pavimenta avenidas para profundas transformações econômicas do sistema produtivo e do mundo do trabalho, disruptivas em múltiplas dimensões para um outro capitalismo e liberalismo. O parto desse outro mundo se fará com as dores da regressividade dos direitos sociais e políticos, condição para impor os custos das novas formas de desigualdade que serão geradas. Será no luto do presente que lançaremos

Soluções diferentes para problemas dramáticos

Soluções diferentes para problemas dramáticos Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1] Os paradigmas das três revoluções industriais que organizaram a vida moderna estão ficando no passado. Há novos modelos surgindo no cotidiano do mundo da produção e do consumo, o que tem alterado o universo do trabalho, os empregos, os salários, os direitos, a proteção trabalhista e social. As empresas estão mudando de propriedade e de função econômica, priorizando o resultado financeiro. Os estados perdem importância relativa para as empresas multinacionais e grupos econômicos e estes, gradativamente, passam a controlar as escolhas e os destinos das nações. A produção amplia a capacidade de gerar riqueza, mas, de outro lado, os institutos distributivos (organizações e regras) são enfraquecidos, o que faz com que as desigualdades cresçam. Há múltiplas e profundas transformações em curso, muitas ainda invisíveis para a maioria da população, mas que já influenciam o que somos, como decidimos e o que

O futuro depende de que?

O futuro depende de que? Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1] “Sopram ventos malignos no planeta azul.” Manuel Castells, in “Ruptura” O que se conhece como emprego, ocupação, direitos sociais e trabalhistas e Estado está mudando e se transformará radicalmente nos próximos anos. O que virá é completamente desconhecido. Organizada a partir do mundo do trabalho, a luta por direitos, pela liberdade, democracia, igualdade e justiça terá que ser reinventada. Crianças e jovens de hoje serão os construtores do novo mundo, por meio do trabalho. Somente eles, que participarão desta construção, poderão achar as respostas para problemas, desafios, conflitos e contradições que surgirão, e serão inéditos. Para esse mundo que romperá com as atuais referências, será necessário criar adequadas formas de organização, de mobilização e de luta. A luta social e sindical terá que ser profundamente modificada. E quais serão essas mudanças todas? A organização do sistema produtivo capitalista

Mudanças estruturais e o sindicato do futuro: desafios para a reestruturação sindical

Link PDF     O movimento sindical brasileiro vive uma conjuntura de complexas mudanças no sistema produtivo e nos marcos legais que estão colocando o imperativo de pensar e promover uma profunda reestruturação sindical. O desafio é mudar para que o sindicalismo brasileiro seja protagonista da organização dos trabalhadores no novo mundo do trabalho que irrompe; capaz de reunir todos os trabalhadores que estão inseridos no mundo do trabalho através de uma diversidade de formas de ocupação e de contratação; promover a unidade no campo político múltiplo da classe trabalhadora; ser agente de formulação de utopias que mobilizem os trabalhadores e de uma agenda com propostas que serão respostas afirmativas dos trabalhadores ao novo mundo que se apresenta. A reestruturação sindical deve ser um projeto planejado estrategicamente para que os trabalhadores, mais uma vez, se coloquem como agentes históricos de mudança que produzem justiça, igualdade, solidariedade e paz.           Profundas mudanç