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Reforma trabalhista: pior ainda está por vir, diz Clemente do DIEESE (entrevista)

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Reforma trabalhista: pior ainda está por vir, diz Clemente do DIEESE Link Rádio Peão Link Revista Fórum

Reforma trabalhista: resistir e avançar!

Reforma trabalhista: resistir e avançar! Clemente Ganz Lúcio [1] O mundo passa por profundas transformações econômicas e políticas. A produção econômica muda com a globalização do domínio do capital financeiro sobre a propriedade das empresas e das reservas naturais. Aos investidores são oferecidos rápidos e crescentes retornos, que engordam a riqueza já extremamente concentrada. Uma nova onda de mudanças tecnológicas integra plataformas de produção de bens e serviços em âmbito global e acelera as mudanças. A tecnologia substitui, em quantidades inimagináveis, a força de trabalho humana, desempregando e submetendo os trabalhadores à precarização, insegurança, ansiedade, pobreza, ao desespero e a outros tipos de mazelas ainda desconhecidas. Na vida política, as democracias cada vez mais são entendidas pelo mercado como um mal necessário, a ser limitado. As instituições são sistematicamente fragilizadas, controladas e induzidas para resultados esperados pelo mercado; os pode

26 milhões de subempregados no Brasil

26 milhões de subempregados no Brasil Clemente Ganz Lúcio O ano de 2017 terminou com a notícia de que havia cerca de 26 milhões de subempregados no Brasil. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). Mas o que esse número significa realmente? Para o IBGE, três situações definem os trabalhadores subocupados. Na primeira, estão todos aqueles com 14 anos ou mais, que têm jornada abaixo de 40 horas semanais, em um único trabalho ou em várias ocupações na semana de referência, gostariam de trabalhar mais horas do que efetivamente trabalham e estavam disponíveis para trabalhar mais tempo no período de 30 dias, contados a partir do primeiro dia da semana de referência. Ou seja, é aquele trabalhador que está subaproveitado no mercado de trabalho, pois tem tempo e desejo de trabalhar mais. Esse contingente, no último trimestre, somou 6,5 milhões de pessoas, mesmo ainda sem

A economia em câmera lenta

A economia em câmera lenta                                                              Clemente Ganz Lucio Os indicadores de emprego (fevereiro) e inflação (março) mostram que a economia anda de lado. Se parou de cair no fundo do poço da recessão, a recuperação está longe de acontecer. A recessão é profunda e grave e, para piorar, a estratégia do governo está focada nas reformas que entregam a economia para o mercado e os interesses internacionais e de multinacionais. Nesta estratégia, a natureza da retomada será definida pelo mercado e a sustentação do crescimento será promovida por ele, cabendo ao governo a articulação. A história econômica atesta que a economia crescerá, o País será mais rico, resultando, porém, no aumento da desigualdade – os ricos ficarão muito mais ricos – na expansão da precarização do trabalho e no aprofundamento da pobreza. Os indicadores de inflação apontam para uma taxa muito baixa para os padrões estruturais da economia brasileira. O IPCA (IBGE)

Cenário: emprego 2018 (Panorama: TV Cultura)

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O Contexto e as Mudanças no Sistema de Relações de Trabalho no Brasil: Mudança, Retrocesso e Desafios

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Artigo publicado no Caderno do CEAS (link abaixo) Link do Caderno

Emprego e trabalho intermitente

Emprego e trabalho intermitente Link PDF Clemente Ganz Lúcio Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, começaram a indicar a qualidade das contratações depois da reforma trabalhista. Entre janeiro e fevereiro de 2018, o saldo entre admitidos e desligados foi de cerca de 62 mil e significou variação positiva de 0,16% - e este foi o melhor resultado para o mês de fevereiro, desde de 2014.  Já o salário médio, como era esperado, caiu, uma vez que os admitidos receberam, em média, R$ 1.502,68, 10% a menos do que os demitidos, que foi de R$ 1.662,95.   A reforma trabalhista permite, desde novembro, que o trabalhador esteja no local de trabalho somente quando a empresa precisa, ou seja, as mudanças legalizaram os bicos para uma mesma empresa ou para várias, chamando esse tipo de contratação de trabalho intermitente. Agora, a pessoa pode ser contratada para trabalhar umas horinhas por semana, a gosto e conforme a necessidade da e

Precarização e renda: mercado de trabalho em 2018

Precarização e renda: mercado de trabalho em 2018 Clemente Ganz Lúcio Patrícia Lino Costa A Reforma Trabalhista começou para valer: venceu o mantra neoliberal de que a CLT atrapalha a criação de emprego e encarece o custo Brasil. Desde novembro, o governo optou por seguir os passos de países como Espanha, México e outros, que realizaram alterações nas legislações trabalhistas. Na maioria dos casos, os efeitos positivos esperados não se concretizaram. Aqui no Brasil, os resultados, ainda de curto prazo, já começam a aparecer e eles também não são bons, apesar do que alguns querem crer. Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho), de fevereiro, mostraram o saldo positivo de 62 mil vagas, resultado comemorado por aqueles que acreditam que o país está nos trilhos do crescimento. A reforma trabalhista garante, desde novembro, que o trabalhador esteja presente no local de trabalho somente quando a empregador precisa, ou seja, l

Igualdade entre mulheres e homens: um sonho a mais

Igualdade entre mulheres e homens: um sonho a mais Clemente Ganz Lúcio [1] A construção das condições, oportunidades e situações de igualdade entre mulheres e homens continua sendo um enorme desafio para a sociedade brasileira. Um problemão que precisa ser relembrado e enfrentado cotidianamente. Neste dia 08 de março duas importantes divulgações relembram esse desafio. O IBGE ( www.ibge.gov.br ) com “ Estatísticas de gênero ” e o DIEESE/Fundação Seade ( www.dieese.org.br ou www.seade.gov.br ) publicam “ Mulheres no mercado de trabalho metropolitano de São Paulo 2018 ”. Os estudo mais uma vez confirmam que as mulheres trabalham mais na soma da jornada no emprego, nos cuidados da casa e da família; que as mulheres estudam mais e tem escolaridade mais elevada; que o cuidado dos filhos, dos doentes e dos idosos é de sua responsabilidade. Tudo isso é mais que os homens, mas elas ganham menos! Os estudos esmiúçam dados que, ano após ano, repetem que o problema é muito

Fundo do poço favorece a transformação neoliberal

Fundo do poço favorece a transformação neoliberal   Link PDF Clemente Ganz Lúcio [1]             A economia brasileira chegou ao fundo do poço em 2017, depois de experimentar uma das mais severas crises dos últimos 150 anos. Os motivos que levaram o país a essa situação têm relação com as escolhas econômicas e políticas feitas pelo governo, a oposição no Congresso e dos empresários, que, desde 2015, travaram tudo. Porém, na essência, esse embate e a crise visaram liberar o caminho para uma enorme mudança econômica, com a apropriação privada da riqueza natural, a privatização das estatais e de serviços públicos, aquisições e fusões de empresas, a mudança legislativa dos marcos regulatórios da concorrência e da propriedade, a desnacionalização da base produtiva, o desmonte dos instrumentos do Estado para mobilizar o desenvolvimento. A lista é longa. De maneira acelerada e em escala inédita, o país entregou e integrou sua dinâmica econômica, social e política à estratégia neoli